terça-feira, 19 de outubro de 2010

Estrela Leminski e Téo Ruiz lançam segundo CD autoral

Estrela Ruiz Leminski tinha 8 anos quando
perdeu seu pai - o poeta, escritor e tradutor
Paulo Leminski -, mas se lembra com nitidez
da brincadeira de compor que faziam quando
ele era seu ''babá'', enquanto trabalhava em
casa. A brincadeira acabou virando coisa
séria e agora Estrela e Téo Ruiz, seu marido,
- através do grupo Música de Ruiz - lançam
seu segundo disco autoral, ''São Sons'', pelo
selo paulistano Sete Sóis. Com composições
primordiais dela e de Téo (juntos e em
parceria), o CD é bastante heterogêneo,
contando com a participação de André
Abujamra, Ná Ozetti, Anelis Assumpção,
Rogéria Holtz, Rubi, Ceumar, entre outros.
Um deleite para aqueles que curtem canções
com forte apelo poético, daquelas que se
ouve lendo o encarte.
A primeira canção, ''Quirera'', é um protesto
pessoal sobre as dificuldades de ser músico
no Brasil, inquietação que é amenizada pela
música ''São Sons'', que dá nome ao disco, e
exalta o poder regenerador das palavras que
viram sons. Ao todo, 16 composições fazem
parte do material, incluindo a bela
composição ''Lágrima'', em versão eletrônica.
O encarte ganha um visual descolado com explicações detalhadas sobre a
composição de cada uma das letras. ''Achamos isso interessante, até porque
grande parte do nosso público é formado por compositores e sempre surge essa
curiosidade das composições'', conta Estrela.
O Grupo Música de Ruiz é formado por Fred Teixeira (violão e vocal), Dú Gomide
(violão, viola, guitarra e vocal), Érico Viensci (baixo, cavaquinho e vocal) e Denis
Mariano (bateria e percussão).
Sobre o crivo de ser filha de Alice Ruiz e Paulo Leminski, Estrela afirma que
''mantém uma relação dinâmica'' com esse legado. ''No momento, penso que isso
não é um privilégio só meu. Outros músicos são influenciados por eles tanto no
aspecto da literatura quanto da música. Sei que as pessoas sempre vão ter um
pré-olhar para o meu trabalho e tento me acostumar com isso'', reconhece,
lembrando da crítica voraz que sofreu quando escreveu seu primeiro livro de poesia
ainda adolescente.
De uma geração de músicos que se autoproduzem, Estrela contrapõe que apesar
disso acabar por não gerar uma abrangência massiva na mídia, propõe ao músico
um controle maior sobre a sua obra. Tema que ela e Téo abordaram também no
livro acadêmico ''Contra-Indústria'', publicado pela editora mineira Selo.
Aos 29 anos, recém-chegada de um mestrado em música na Espanha, Estrela e
Téo preparam para o ano que vem a divulgação do novo disco. Para o final do ano,

Estrela adianta o lançamento do seu segundo livro de poesia - ''Poesia é não''. Com
disco e livro novos, Estrela comemora o desfecho de 2010.

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1 Comentários:

Às 6 de junho de 2011 às 13:42 , Anonymous Marcio Ribeiro disse...

Os sons tem umas sacadas geniais !!!

 

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