segunda-feira, 9 de março de 2009

Poty, ele "traçou" Curitiba, o Paraná e o mundo...


Muita gente pode nunca ter ouvido o nome Poty, mas com certeza conhece a obra deste ceramista, quadrinista, painelista, azulejista, enfim um artista múltiplo. Basta uma voltinha por Curitiba para conhecer um pouco das suas obras, a fachada do Teatro Guaíra, Praça 19, Centro Histórico, enfim, são muitos os espaços em Curitiba que exibem os desenhos desse grande mestre da arte paranaense.

Nascido em Curitiba no ano de 1924, é considerado um dos principais artistas do Paraná. Em 1946, partiu para estudar no Rio de Janeiro, vindo a trabalhar com nomes consagrados do modernismo, como Portinari e Di Cavalcanti. Viajou então para Paris, onde passou um curto período. Ao retornar, fixou-se primeiramente em São Paulo, onde realizou uma série de painéis e murais. Usou intensamente esta técnica e, ao voltar para Curitiba, cobriu a cidade de obras de característica essencialmente popular, geralmente formada por azulejos pintados. Morreu em 1998 e seu último trabalho foi exatamente um painel em mosaico, executado para o Teatro Calil Haddad, de Maringá, concluído em 1997, mas somente inaugurado em 2000. Além do painel em mosaico, Maringá conta com uma segunda obra assinada por Poty Lazzarotto, mas na linguagem dos azulejos.

Embora tivesse abraçado a arte do mosaico tardiamente, pouco antes de falecer, é importante observar que Poty foi grande amigo e parceiro artístico de Franco Giglio, um mosaicista ítalo-brasileiro, que legou uma obra imensa em painéis musivos espalhados por toda parte do país, especialmente em Curitiba.


Foto: T@Z

Biografia completa:

Filho dos italianos Issac Lazzarotto e Julia Tortato Lazzarotto, começou a se interessar por desenho ainda bem criança. O seu pai era ferroviário e a sua mãe mantinha um restaurante na cidade, o "Vagão do Armistício", muito freqüentado por intelectuais paranaenses.

O pai de Poty perdeu um dos braços, devido a um acidente, e para ajudar no orçamento familiar procurava peças de alumínio que eram modeladas em quadros da Santa Ceia, para vender. Poty e seus amigos de infância freqüentavam o barracão de seu pai, para ajudar a mover o fole. O barracão que o pai ergueu frente a sua casa, em Curitiba, passou a se chamar Vagão do Armistício, tornando-se um restaurante desde 1937, sob os cuidados de sua mãe. O governador do Paraná, Manoel Ribas, freqüentava o restaurante e, em 1942, premiou Poty com uma bolsa de estudos na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

Em 1938, com 14 anos de idade, Poty publicou no jornal Diário da Tarde a história “Haroldo, o Homem Relâmpago”, em 6 capítulos.

Em 1943, Hermínio da Cunha César convida Poty para ilustrar seu livro “Lenda da Erva Mate Sapeca”, no Rio de Janeiro. Foi o primeiro livro ilustrado por Poty e publicado.

Em 1946, Dalton trevisan cria o jornal “Joaquim”, e Poty faz o desenho padrão da capa. Ainda em 1946 recebe, do governo francês, uma bolsa de estudos, e lá aprende litografia. Poty continua a ilustrar, muitas vezes, as matérias do “Joaquim”. Voltou ao Brasil em 1948, indo trabalhar no jornal Manhã, de Samuel Wainer.

Ao longo de sua vida, trabalhou principalmente com desenhos, gravuras e murais, serigrafia, litografia, pintura.

Segundo certos críticos, os murais são o trabalho mais representativo de sua obra. Em sua execução, Poty empregava materiais diversos, como madeira, vidro (vitrais), cerâmica, azulejo e concreto aparente, esse último um de seus materiais de predileção.

Há obras de Poty espalhadas por diversas cidades do Brasil e do exterior, incluindo murais em Portugal, na França e na Alemanha.

Suas obras também podem ser vistas em diversos locais públicos de Curitiba, como os painéis do pórtico do Teatro Guaíra, no saguão do Aeroporto Afonso Pena, na Praça 29 de Março, na Praça 19 de Dezembro (Curitiba) e na Torre da Telepar.

Faleceu de câncer no pulmão, em 1998. Estava trabalhando, então, em um painel encomendado para a Hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu. Seu último trabalho foi a ilustração para um cartaz encomendado pelo Hospital de Clínicas, em Curitiba, para sensibilizar as pessoas sobre a necessidade de doações. Foi sepultado no Cemitério Municipal do Água Verde, em Curitiba.

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