Manual Prático da Mulher Desesperada, em Curitiba
A peça, adaptada de crônicas da jornalista e escritora Dorothy Parker, conta a história da jovem Alice esperando ansiosamente por “aquela ligação” do cara que, é claro, não liga. Detalhe: Dorothy escreveu as crônicas na década de 20, mas os problemas enfrentados pela personagem parecem ser absolutamente contemporâneos. “É uma vergonha, né?”, disse Adriana, rindo, em entrevista ao Guia Gazeta do Povo, “a mulher está sempre esperando. Se não é uma ligação, é um torpedo, uma mensagem no MSN, no Orkut. Muda a tecnologia, mas não a situação”.
Apesar de ter iniciado a carreira de atriz com oito anos, Adriana ainda se considera nova no mercado “mas estou bem comigo, estou aprendendo muito e estou ótima assim”. Na entrevista, ela ainda fala sobre o contrato com a Rede Globo, o assédio após a novela e conta um pouco sobre o desespero que ronda não apenas o universo feminino. “Tem muito homem que me confessa que tem uma Alice dentro de si”. Confira o Manual da Adriana Birolli, que está solteira e muito bem, obrigada: “isso não me desespera nenhum pouco, não tenho problemas em sair sozinha ou estar sozinha”.
Os problemas das mulheres da década de 20 se repetem com a geração dos anos 2000, mesmo com todas as transformações culturais? A mulher moderna não é “ainda mais desesperada” já que a vida contemporânea é muito mais agitada?
É uma vergonha, né? (risos). A mulher está sempre esperando. Se não é uma ligação, é um torpedo, uma mensagem no MSN, no Orkut. Muda a tecnologia, mas não a situação. Antigamente as mulheres se preocupavam com o casamento perfeito, com a escolha do cara certo. Hoje em dia, ela se dedica à carreira, ao trabalho, estudos e quando vê, está sozinha.
Seria possível criar um “Manual do Homem Desesperado”, já que as mulheres também começaram a ter a postura de “não ligar” para eles?
Também! A situação da Alice não é exclusivamente feminina. A mulher assume mais. Eu não consigo imaginar um cara falando pro amigo: “Pô, será que ela vai me ligar?”. Mas muitos homens já vieram me confessar, no final da peça, que têm uma Alice dentro de si.
O que você acha que as mulheres realmente têm de Alice?
A Alice é muito genérica. Acho que não tem uma mulher que não tenha alguma coisa de Alice. Mas é muito geral. Cada uma tem um jeito diferente, sabe? Tem gente que tem horror a sair sozinha, já começa a ficar neurótica, eu não ligo pra isso.
Então o que a Adriana tem de Alice?
Eu não tenho alguma coisa específica, mas já passei por algumas situações. Tipo: “será que ele vai ligar?”
O que o “Manual” de 2010 tem de diferente do “Manual” de 2006?
A maturidade. Eu estou mais madura, aprendi muita coisa nesse tempo todo. Quando estreamos, eu tinha 19 anos, agora estou com 23 e por mais que pareça pouco tempo, isso faz toda a diferença. A peça amadureceu. O personagem também.
A mudança do seu companheiro de palco (de Cadu Scheffer para Alex Barg) trouxe muitas diferenças para a peça?
Sem dúvida. É outra energia, outra pessoa. Fica completamente diferente. Cada ator pega um personagem de uma forma.
O público tem se interessado mais pela peça após a sua experiência na TV?
Ainda não sei. A peça sempre fez muito sucesso, graças a Deus. Neste ano, passamos por São Paulo e agora estamos em Curitiba. Eu não senti muita diferença, mas é claro que tem gente que vai ao teatro pensando na Isabel (personagem da novela). Só que o intuito da peça é divertir o público. Eu me divirto lá em cima e ele se diverte na platéia, é isso o que importa independente de ser por causa da novela ou não.
Que tipo de mulher você se define? E que tipo de mulher você gostaria de ser?
Difícil hein? (risos) Sou nova no mercado. Mas estou bem comigo, estou aprendendo muito e estou ótima assim.
No Manual da Adriana, quais seriam os três primeiros itens?
Cantada podia ser abolida. (risos) A não ser que seja bem humorada, sabe? Aí acaba ganhando a pessoa. Joguinho também. Odeio joguinhos. Prefiro ser direta. É claro que não precisa pular etapas, mas não gosto de jogos do tipo “falar uma coisa querendo dizer outra”. E doses equilibradas, de tudo.
E os projetos futuros para a TV?
Meu contrato com a Globo dura três anos, mas ainda não temos nenhum projeto previsto. O personagem foi muito marcante, tem que esperar um pouco. Por enquanto, vou ficar com a peça em cartaz até o fim do ano. Vamos passar por Maringá, Toledo, Ponta Grossa, Londrina e Porto Alegre e ainda tem as outras regiões. Estamos começando por “baixo” (sul), mas vamos rodar o Brasil todo.Marcadores: Adriana Birolli, Teatro
1 Comentários:
onde e quando vai ser em Londrina, não consigo achar nd.. agradeço antecipadamente.
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