terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Luiz Geraldo Mazza - O maior nome do jornalismo paranaense

Não tenho dúvida, se fosse em outro centro, o Brasil todo conheceria o nome Luiz Geraldo Mazza, o maior nome do jornalismo paranaense.
Todos os dias pela manhã, Mazza comenta, de pescaria de lambaris na represa do Capivari à política econômica de Barak Obama. Para ele não tem assunto proibido.
Junto com José Wille, formam uma espécie de Batman e Robin do rádio, nas manhãs da CBN Curitiba.

Mazza, com sua vóz anasalada (devido a uma renite cronica), amigo pessoal do ex-governador Jaime Lerner, é, talvez, o maior crítico ao governo Requião e ao próprio governador. Torcedor coxa-branca, não possui carro, utiliza o transporte público de Curitiba, porisso pode criticar o sistema com conhecimento de causa.

O veterano jornalista e comentarista paranaense Luiz Geraldo Mazza da CBN Curitiba fala em 2005 sobre seu passatempo: a pesca






Nome: Luiz Geraldo Mazza
Profissão: Jornalista
Idade: 78 anos, 58 de jornalismo
Onde está agora: Folha de Londrina e Rádio CBN de Curitiba

O jornalista Luiz Geraldo Mazza é uma espécie de ícone do jornalismo paranaense. Tem 55 anos de carreira - mas a frieza do número esconde uma
carreira plural e uma personalidade culta, de perfil crítico e analítico como pouco se encontra no jornalismo atual.

A história de Mazza se confunde um pouco com a própria história da imprensa no Paraná, pois ele trabalhou em todos os veículos relevantes, conviveu com os grandes nomes e participou de ações importantes - como a greve-geral que parou os jornais paranaenses por um dia em 1963 e foi proposta por ele, na época, líder sindical. A melhor notícia de Mazza, porém, é que ele não pretende parar tão cedo. "Não posso e nem devo", diz.

Atualmente Mazza escreve uma coluna diária no jornal Folha de Londrina e faz comentários na rádio CBN de Curitiba pela manhã. Duas atividades que ele vem exercendo há mais de dez anos. O foco principal da coluna e das observações do jornalista na rádio é a política - com sua longa vivência, a formação em Direito e o olhar arguto, Mazza tornou-se referência obrigatória no Paraná quando se fala em jornalismo político independente e crítico. Culto, é capaz de discorrer sobre filigranas da história política mundial, brasileira e local ,citando correntes de pensamento, escritores e filósofos, ao mesmo tempo em que não se distancia do leitor/ouvinte e consegue sentir o pulso das idas e vindas da política e suas consequências na vida do cidadão comum.

Aos 20 anos de idade, ainda estudante de Direito em Curitiba, Mazza já escrevia para o jornal O Estado do Paraná. Não era repórter ainda, e sim
colaborador. "Eram textos literários", explica o jornalista. O ano era 1951. Já em 55, surgiu o primeiro emprego como repórter no Diário do Paraná, do grupo Associados de Assis Chateaubriand. Mazza cobria geral - e logo passou para a chefia de reportagem. Formação em Jornalismo? "Como é que eu ia cursar jornalismo se os caras que eu ensinava a trabalhar no jornal eram os mesmos que estavam depois dando aula?", ri Mazza. "Essa era a época em que o jornalista se formava no local de trabalho", recorda.

Ainda trabalhando nos Associados, Mazza participou da primeira transmissão de tevê do Paraná, pelo canal 6, da mesmo grupo. Ele ri lembrando da
abertura. "Éramos o Valêncio Xavier, o Salomão Scliar e eu para montar o negócio. Pegamos umas imagens de Rugendas e Debret, de um museu de São Paulo, fizemos um roteiro baseado em texto do historiador Romário Martins, para contar a história etnográfica do Paraná. Aquelas imagens paradas, a música do Villa-Lobos, e uma certa forçada de barra, vamos dizer, pois aqueles índios que a gente mostrava ali não eram necessariamente os carijós que habitavam aqui o Paraná...", relembra.

Mazza vai citando os vários locais onde trabalhou sem especificar datas: "Participei daquele período do Correio de Notícias, também do Última Hora,
uma experiência fantástica, trabalhei no Canal 6, fui diretor de jornalismo da TV Paranaense", enumera. Ele cita o período de ativismo sindical e os
anos de chumbo que vieram em seguida. Foi diretor do Sindicato dos Jornalistas no Paraná no início dos anos 60 - e por conta disso,
"enquadrado" durante o período negro da ditadura militar. "Fiquei desempregado. Quem me deu emprego, nessa época, fooram o Francisco Cunha
Pereira (dono da TV Paranaense e jornal Gazeta do Povo) e o João Milanez (da Folha de Londrina). Na tevê eu participava de um programa sobre futebol. Na Folha, escrevia uma coluna que era uma espécie de crônica sobre cultura, comportamento, uma coisa mais geral", conta.

O jornalista ficou na Folha até 1981 e retornou em 92 - continuando até hoje. Sobre trabalhar em jornal impresso, Mazza comenta: "Jornal agora é
pretérito. Não consigo me livrar, todo dia, da sensação de estar trabalhando em uma coisa vencida", diz ele, comparando com a instantaneidade da internet e a prevalência da televisão. Ainda filosofando sobre jornalismo, Mazza recorda conversa recente com Ricardo Kotscho, que foi entrevistado por ele e pelo âncora José Wille na CBN. "O Kotscho disse que fica horrorizado nas redações com a dependência da garotada na internet e no telefone. Para ele, lugar de jornalista é na rua. Eu penso o mesmo", finaliza o jornalista, que não deixa de freqüentar a tradicional Boca Maldita, ponto de encontro de políticos, jornalistas, advogados, funcionários públicos e aposentados no centro de Curitiba.

Fonte: Comunique-se 15/9/2006

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1 Comentários:

Às 2 de março de 2009 às 07:02 , Anonymous Rita disse...

Nem sempre concordo com ele, às vezes fico brava, mas ele é com certeza um grande jornalista. Não por acaso o admiro. Extremamente competente, dedicado, inteligente e ainda por cima é meu primo (segundo grau), filho da querida tia Nair e irmão de (entre tantos outros) da saudosa Albinha.

Rita Germano

 

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