sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Raul Plassmann - Craque com as mãos e com as palavras.

Raul Plassmann, jogador de futebol como goleiro e atualmente comentarista de rádio e televisão, nasceu em Antonina no dia 27/09/1944.


Principais equipes: Atlético Paranaense - começo de carreira - Coritiba - profissional. Depois, São Paulo (65), Nacional (65), Cruzeiro (66 a 78) e Flamengo (78 a 83).

Principais Títulos: Mundial Interclubes (81), Taça Libertadores da América (76 e 81), Campeonato Brasileiro (80, 82 e 83), Taça Brasil (66), Campeonato Carioca (78, 79, 79 especial e 81) e Campeonato Mineiro (66, 67, 68, 69, 72, 73, 74, 75 e 77).



Outros Prêmios: Taça Minas Gerais (73) pelo Cruzeiro.

História

Raul Guilherme Plassmann foi um goleiro que marcou época no futebol brasileiro. Ele fez parte de dois dos maiores times da história do Brasil e do mundo: o Cruzeiro das décadas de 60 e 70 e o Flamengo dos anos 80. Pode se dizer que ele foi um predestinado, pois estava na hora certa no lugar certo e sempre foi um dos pontos de segurança das duas equipes.

Raul começou no São Paulo sem grande destaque. Inclusive na sua estréia como Profissional, num clássico contra o Palmeiras, em 1965, o tricolor foi derrotado por 5 a 0. Mas o destino estava ao seu lado e logo o levaria para Belo Horizonte. O presidente do Cruzeiro, Felício Brand, estava à procura de um goleiro para a reserva de Tonho e conversou com o colega são-paulino Vicente Feola, que disse que tinha um garoto que poderia seguir no dia seguinte para a Raposa.

O jovem guarda-metas chegou ao Barro Preto sem qualquer festa, apenas para compor o elenco. Com muita competência e uma ótima colocação, além de saber acionar um contra-ataque como poucos, ele foi ganhando espaço e não saiu mais do time celeste. Foram nove títulos mineiros em doze anos de clube. Mesmo com seu jeito calmo, Raul fazia sucesso com o público feminino e também entre os homens, que reconheciam a sua importância com defesas seguras em um time que contava com Tostão, Dirceu Lopes, Piazza e Nelinho.

A sua principal conquista no Cruzeiro aconteceu em 1976, quando a equipe mineira levantou a Taça Libertadores da América, que, até então só tinha sido conquistada por uma equipe brasileira: o Santos de Pelé. Como acontece sempre na competição sul-americana foi uma campanha sofrida até a final contra o River Plate, da Argentina, em três partidas. Depois disso, aquela geração fantástica do Cruzeiro foi parando e o time sendo desmontado. Raul chegou a pensar em voltar para o Paraná e se aposentar, mas foi convencido pelo técnico Cláudio Coutinho a vir para o Flamengo em 1978 ser a voz da experiência em um time jovem formado por Zico, Júnior, Leandro e cia.

Os títulos foram se sucedendo com o tricampeonato estadual logo de cara em 78 e 79. Não demorou muito para Raul se tornar ídolo da torcida rubro-negra. Mesmo não sendo um goleiro que dava espetáculo, era muito inteligente, disciplinado e eficiente. Com muito equilíbrio emocional, ele comandava a defesa e mostrava uma boa saída da área, característica que faltava à maioria dos goleiros da época.

Jogando com extrema competência, Raul ainda garantiu mais três títulos brasileiros e venceu a sua segunda Taça Libertadores em 81 em outra final em três partidas contra o Cobreloa, do Chile. No Mundial Interclubes, o goleiro não foi vazado pelos ingleses do Liverpool e contando com o talento no ataque de Zico, Adílio e Nunes, juntou mais um troféu para a sua grande coleção.

Raul também tinha a sinceridade como ponto forte, apontava falhas de sua equipe em entrevistas e dizem que, por falar demais, foi preterido na seleção brasileira de 82. Em certa oportunidade, ele admitiu: “prefiro treinar pouco e jogar muito”. Para Telê Santana, foi o suficiente para não convocá-lo para o time de estrelas do Brasil. Raul admitiu em sua despedida que não disputar uma Copa do Mundo foi a maior tristeza da sua carreira.

Depois da aposentadoria nos gramados, Raul se destacou como comentarista esportivo tanto na TV Globo quanto no SporTV. Ele chegou a tentar a carreira de treinador. Em 2003, foi auxiliar de Marinho Peres no Juventude e, depois da saída do técnico, assumiu o cargo, mas deixou o clube gaúcho antes do fim da temporada. Em 2004, Raul trabalhou como dirigente e técnico no Londrina, mas acabou voltando a ser comentarista na Rede Record e na Rádio CBN/Curitiba. Em janeiro de 2005, o ex-goleiro aceitou o convite do prefeito eleito de Curitiba, Beto Richa, para ser secretário municipal de esportes.

Curiosidades

Raul acabou com o marasmo das camisas de goleiro, que até então variavam apenas entre pretas, cinzas ou brancas, mas foi por acaso. Num clássico entre Cruzeiro e Atlético, na década de 60, ele entrou em campo com uma camisa de passeio, um blusão - emprestado - de gola rolê do lateral Neco, pois a camisa oficial de goleiro não coube. Foi um espanto geral no Mineirão. Ele fechou o gol e começou a escrever seu nome na história do futebol. Ele conta isso em HISTÓRIAS DO RAUL, neste site.

O goleiro passou a adotar a camisa amarela e ressaltava sempre que ela tinha um poder hipnotizador sobre os atacantes, que chutavam sempre na direção em que ele estava posicionado.

Na época, as torcidas organizadas do Cruzeiro acrescentaram o amarelo ao azul e branco de suas bandeiras e isso é mantido até os dias de hoje.

No Flamengo, Raul tinha o apelido de “Velho”, pela idade e seu jeitão de falar com os companheiros.

Em sua despedida, em 20 de dezembro de 83, num amistoso entre o Flamengo e a Seleção dos Amigos do Raul, formada por vários craques da época, aos 38 anos, o goleiro vestiu a camisa amarela pela última vez. Ao sair de campo, Raul a tirou e devolveu ao mesmo Neco.

Ao encerrar a carreira, Raul se tornou comentarista esportivo, mas a sua paixão era contar histórias da época de jogador. Quando trabalhou no SporTV formava-se uma rodinha em volta do ex-jogador para ouvir os ‘causos’. O jornalista Renato Nogueira teve a idéia de publicar algumas delas no livro “Raul Plassman – Histórias de um Goleiro”, publicado pela editora DBA.

Fonte:
Site oficial

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