segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Diogo Portugal - Para quem insiste em dizer que curitibano é frio e mau-humorado

Alguma vez você já tentou contar uma piada e acabou ficando sem graça? Não se preocupe! Isso já aconteceu inúmeras vezes com o nosso entrevistado do Meu h desta semana: “Quando isso acontece você tem de brincar com a própria situação. “Caramba, essa piada foi uma droga, né? Deixa até eu anotar aqui pra não fazer de novo. Às vezes falha mesmo, quem nunca falhou na hora "h" levanta o braço”, diverte-se Diogo Portugal que tenta fazer os outros rirem desde 1992, quando ainda trabalhava como guia de excursões para a Disney. “Eu comecei na publicidade, com uma produtora de áudio que tenho até hoje, a D´Áudio, mas foi trabalhando como guia que passei a fazer graça para entreter os passageiros e fazer eles darem risada”. O trabalho como guia turístico não deu muito certo, pois sendo um genuíno “esquecido”, Portugal conta que ia para as excursões com 40 pessoas e acabava voltando com 20. “A galera ia se dispersando e eu nem prestava atenção nisso”, confessa aos risos.


Mas a história de fazer humor teve seu verdadeiro início em 2005, quando Diogo Portugal foi selecionado para o Prêmio Multishow do Humor Brasileiro. “Eram mais de 500 inscritos e eu fiquei em 3º lugar. Depois disso levei a sério o humor e comecei a apresentar o show Portugal é Aqui no Teatro Lala Schneider. Quando acabou esta peça, fui para São Paulo”. Na capital paulista Portugal participava como convidado do Terça Insana, um espetáculo de humor com personagens. “Foi aí que tive a idéia de fazer um show aqui em Curitiba às terças-feiras, assim surgiu o Cabaret com Diogo Portugal”. Durante seis anos o humorista se apresentou no Era Só o Que Faltava dividindo o palco com um convidado por semana e apresentando um show de stand up comedy, um humor de cara limpa. “O comediante sobe ao palco e sozinho diante do microfone, faz observações sobre o cotidiano, sobre as notícias... Se você reparar em tudo, vê que uma piada boa que pode estar escondida, embutida em alguma situação. O curitibano tem um perfil engraçado. Ele até gosta de festa, mas não é muito de visitar os outros. Diz “Apareça lá em casa”, mas não fala a hora, o endereço. O pessoal que vem de fora sempre reclama. Mas não quer dizer que o curitibano não aceita o humor. Só que é exigente”, comenta Diogo que credita ao YouTube parte do reconhecimento pelo seu trabalho. “Depois que participei dos programas do Jô, Faustão e Hebe, os vídeos caíram na rede e viraram febre. Hoje são mais de 15 milhões de acessos”. Nada mal para quem vem de uma família tradicionalmente ligada à sisudez do Direito e da Política (entre seus parentes ilustres está o avô, Clotário Portugal, que foi governador do Paraná e até virou nome de rua).

Mas o rapaz nem pensa em ser o único comediante a arrancar gargalhadas do público. “Além de convidar muita gente para participar do meu show também incentivo a galera, pois temos muitos talentos por aí... Como o Fábio Silvestre, o Marco Zeni e muitos outros! Curitiba tem potencial para ser a capital da comédia e é por isso que batalhamos hoje porque a concorrência é saudável, é legal ter uma comparação”.

Além de ter participado do Clube da Comédia em Pé, grupo percussor do Stand Up Comedy no Brasil, o humorista também é criador e curador do Risorama, maior festival humorístico da América Latina, que acontece todos os anos durante o Festival de Teatro de Curitiba.

Dono de uma enorme agilidade em construir piadas, hoje Diogo Portugal desfruta de certo reconhecimento fora do estado que já lhe rendeu shows em quase todas as capitais brasileiras, além de um tour pelo Japão. “Foi a primeira vez que me apresentei fora do Brasil. Foram seis shows em seis cidades. O pessoal lá é muito carente de cultura”, revela o humorista que já tem convites para se apresentar nos EUA. Aqui em Curitiba o humorista se apresenta às quintas-feiras no Teatro Regina Vogue com o show Stand up. Comédia, e às terças-feiras no John Bull Music Hall com espetáculo Senta Pra Rir. “O público aumentava a cada apresentação e já estávamos com seis telões espalhados pela casa. Então resolvi mudar. Estava precisando de uma mudança. Tava sentindo necessidade disso”, comenta Diogo explicando o fato de não se apresentar mais no Era Só o Que Faltava. "Espera um pouquinho, vou atender o telefone”. A entrevista é interrompida. Diogo conversa com a Cris, que suponho ser sua produtora. O “nextel” deixa escapar a conversa dos dois:
- Posso te acordar mesmo? Lá pelas 9h?
- Pode sim, responde o humorista que ainda quer saber um pouco mais sobre seus compromissos: - E o que mais teremos?
- A noite tem o show no Regina Vogue e as gravações do programa, então vamos começar logo cedo, depois precisamos passar no...
A ligação vai ficando mais baixa e não escuto mais... Quando as vozes voltam a ficar claras ainda flagro outro pedido:
- Então posso te acordar mesmo?
- Pode sim...
Eles se despendem e Diogo volta ao telefone para darmos continuidade à nossa entrevista quando o pego de surpresa:
- Então Diogo, quer dizer que você gosta de dormir até tarde?
- Não... Eu até que acordo cedo, mas é que amanhã... Ah! Na verdade ela tem medo de que eu caia na balada!
E, comprovando a sinceridade de sua resposta, Portugal revela que adora música eletrônica e para curtir escolhe entre a EON, Liqüe e “tantas outras casas noturnas que Curitiba tem”.

O comediante que diz ser tímido gosta de correr no Parque Barigüi e se exercita no Clube Curitibano. “Sou sócio de lá então facilita, mas sabe como eu sei que estou precisando malhar? Quando minha personagem, a Pâmela, começa a ficar baranga... Aí vejo que a coisa tá feia mesmo”. Para passear, os shoppings Mueller e Barigüi são os preferidos. Cinema, ele adora! Mas não tem nenhum de preferência e vai onde “estiver passando o que quero ver”. Já para se alimentar fora de casa, o humorista indica o Restaurante Armazém Italiano e Babilônia, por ser 24 horas, mas diz que estes locais não são os únicos onde come-se bem. “Curitiba tem restaurantes muito bons, é difícil citar alguns”.

Diogo Portugal tem sempre uma boa tirada para qualquer assunto, assim ele garante boas risadas onde quer que esteja. “O humor tem um objetivo, que é tocar as pessoas, tentar ser engraçado e para isso não existe uma regra. O humor tem de ter um "quê" de exagero, de surpresa, que faça a pessoa parar e pensar: "caramba, que legal, como é que eu nunca pensei nisso?” Esse é o desafio de todo humorista: tocar o público de forma que os surpreenda”. E assim nossa entrevista chega ao fim. Para você, nosso internauta, deixo duas frases que me fazem sempre lembrar de sorrir. "Temos de rir até dos nossos problemas", por Diogo Portugal e “O riso enobrece a alma”, por Victor Hugo.

Texto: Portal H (www.hagah.com.br)

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